Você, leitor, antes de mais nada, precisa entender que
Pânico foi a série que mais me marcou no gênero do terror. Eu amo terror, e eu amo
Pânico, e eu assistia
Pânico quando era criança achando tudo sensacional, tudo tão bom... E hoje, dez anos depois do lançamento do terceiro filme da saga de Sidney Prescott,
Pânico 4 vem e cumpre seu papel, me deixando com a mesma sensação que eu tinha quando assistia aos filmes antigos, a mesma, juro. E juro também que vou tentar evitar o puxa-saquismo nesse post.
Vou começar elogiando o sensacional fato de que o elenco voltou, Neve Campbell, Courteney Cox (com muito botox, sério) e David Arquette estão lá, com a mesma graça, com a mesma química. Não importa se foi preciso, sei lá, triplicar o cachê de alguém, eles estão lá e pronto. É óbvio que isso não é o bastante, mas é o que já te deixa entrar no clima do filme. Isso e a genialidade de Kevin Williamson, que traz um roteiro cheio de reviravoltas e engraçado, sem tirar o clima de filme de terror. E Wes Craven, lógico... É, não tinha como dar errado.
A sequência de abertura já faz valer a pena o fato de assistir ao longa, as brincadeiras com o filme dentro do filme e a auto-sátira são coisas que poucas pessoas conseguem fazer. E as cenas ainda contam com as participações mais legais de seriados, tem a garota de
90210, uma de
Pretty Little Liars, a protagonista de
Life Unexpected, a Sookie de
True Blood (gente, sério, a Anna Paquin é incrível) e a Kristen Bell (eterna
Veronica Mars). Fora que o filme conta com mais atores de séries, a Hayden Panettiere (Claire de
Heroes) e a hilária Alison Brien
(Annie de
Community) são excelentes, a primeira é uma surpresa em especial, nunca achei que fosse boa atriz, mas a cena falando o nome dos filmes de terror no celular é pra deixar qualquer um nervoso.
Porém a participação das anteriores é diminuída ao lado de quem brilha de verdade, no mesmo nível do elenco original, Emma Roberts (
Idas e Vindas do Amor). Ela começa bem simples e cresce de maneira monstruosa até o fim do filme. Aliás, o fim do filme consegue surpreender como o fim dos três anteriores, ele foge da coisa comum de assassino se revelando e explicando os seus motivos, ou melhor, isso ainda existe, mas vai além. O final se torna quase bizarro, você quase acha graça de tudo, até que percebe que se trata mesmo de um filme de terror. Enfim, é coisa que só Wes Craven consegue fazer bem, e muito.
Evitei o puxa-saquismo? Não, né? Por isso vou deixar uma dúvida aqui. Quem assistiu, me ajuda a descobrir se foi um furo mesmo, quem não assistiu... Vai pro cinema agora!
Então... No fim do filme, quando vão descobrir sobre a Jill, a Gale pergunta como ela sabe da facada no ombro, e é a pergunta que faz com que descubram que a garota estava mentindo. Mas ela podia saber do ferimento no ombro, não foi anunciado na televisão? E aí? Foi um furo ou teve mais alguma coisa e eu é que não prestei atenção? Porque é difícil Kevin Williamson deixar furo, né?
É isso, até a próxima facada... Péssima!